"Chamamos consciência, minha querida Juliette, a essa espécie de voz interior que em nós se levanta de cada vez que transgredimos frente a uma coisa proibida, seja ela de que natureza for: uma definição bem simples e que logo à primeira vista que revela que essa consciência nada mais é que o resultado dos preconceitos transmitidos pela educação. (...)
Assim, a consciência é pura e simplesmente o resultado, quer dos preconceitos que nos são comunicados quer dos princípios que nos próprios nos impomos. (...)
(...)o remorso, isto é, essa manifestação dessa voz interior a que acabamos de chamar consciência, é uma fraqueza perfeitamente inútil cuja influência devemos sufocar com todo o vigor de que formos capazes, já que o remorso, digamo-lo uma vez mais, nada mais é que a manifestação do preconceito gerado pelo temor do que poderá acontecer-nos depois de fazermos uma coisa proibida."
História de Juliette ou as Prosperidades do Vício - Marquês de Sade (1801)
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